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A celebração da ala mais importante e ancestral de uma escola de samba, pondo dois saberes em diálogo. De um lado está Sirley Martins, coordenadora da bancada de costura que realiza as fantasias de baianas de Leandro Vieira desde o primeiro desfile do artista, em 2015, pela Caprichosos de Pilares; do outro, Carla Maria Copque Galvão, baiana da Imperatriz, que afirma seu desejo de seguir girando na avenida “até quando tiver forças”.

As tias baianas têm grande importância como elemento aglutinador da história do samba em terras cariocas. Foi no quintal de uma baiana de Santo Amaro da Purificação, Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata (1854-1924), que as experiências musicais já realizadas por compositores e instrumentistas do Rio de Janeiro acabaram gestando o samba. Matriarcas, quituteiras; as baianas são o amálgama da teia social das comunidades sambistas que formam uma agremiação e, durante o desfile, representam todas as suas histórias e sua identidade.

Ao longo de sua trajetória artística, Leandro Vieira sempre investiu na confecção da ala das baianas, criando algumas fantasias memoráveis junto com suas parceiras de costura nos barracões e alimentando com força e frescor a iconografia ligada à ala. Além disso, o imaginário do artista, muito ligado à cultura da Bahia, o conecta ainda mais com as matriarcas, que têm sua origem trançada com as das populações afrodiaspóricas que saíram do Recôncavo em direção ao Rio.



Fotos de Daniela Name
Curadoria

Os textos assinados pela curadoria são de Daniela Name e contaram com a parceria seminal de Thales Valoura na pesquisa.