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O uso de materiais sintéticos foi responsável por alguns repertórios importantes na história de Leandro Vieira, como o do feixe de estrelinhas douradas e prateadas usado em Só com a ajuda do santo (Estação Primeira de Mangueira, 2017). Tanto naquele desfile como nas muitas variações posteriores (caso da Mangueira em 2022, presente na foto), o costeiro é mantido fixo pelo artista, que usa uma haste de fibra de carbono para que cada feixe de desenho não seja maleável, como ocorreria na tradição das plumas ou na criação de outros carnavalescos com o material sintético. A firmeza desse contorno o transforma em uma espécie de ornamento ao redor do corpo do folião. Somado à importância da maquiagem e às linhas de aviamento “desenhando” o corpo do folião, o esplendor colabora para que a soma de componente e figurino se transforme em um ícone, quase uma estampa ou carimbo, tamanha síntese.

Daniela Name

Curadora e crítica de arte. Coordenadora da plataforma curatorial Caju, que mantém a revista de mesmo nome.