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Leandro não abre mão de acessar um repertório afetivo disponível na história da arte, na cultura popular e em outras fontes. Seus desfiles são também cortejos de imagens em trânsito, retiradas de seus lugares de origem e postas novamente em circulação de modo ressignificado. Tanto nas imagens que estampam roupas, chapéus e estandartes quanto em elementos menos óbvios (as esculturas reproduzidas em matrizes de fibra ou gesso para a futura multiplicação), o artista mescla seu repertório próprio, 100% autoral, com aquele que ele maneja e declara próprio ao citar como algo pertencente às imagens que o afetam. O procedimento, muito caro à arte contemporânea, vale tanto para artistas como Mestre Didi ou Rubem Valentim quanto para uma homenagem a outros artistas do carnaval, como Arlindo Rodrigues ou Maria Augusta.

Daniela Name

Curadora e crítica de arte. Coordenadora da plataforma curatorial Caju, que mantém a revista de mesmo nome.